SÁBADOS, ÀS 19H, NO BOM JESUS/IELUSC

Ciclo Setembro

Este mês: Matou a família e foi ao cinema

No fim dos anos 60, em meio a repressão e os protestos, o cinema brasileiro se reinventava. Após os anos de ouro da produção nacional dos grandes estúdios e embebidos na fase cabeça do cinema novo, os cineastas brasileiros agora tinham um outro olhar para o cinema. Nomes como Julio Bressane, Rogério Sganzerla e Elyseu Visconti, na contramão dos "estrangeirismos" do cinema novo, inauguravam o discurso marginal brasileiro. O movimento tropicalista, os ideais de contracultura e a crescente importação da indústria cultural eram o pano de fundo para a construção da estética do lixo. O Cinema Marginal levava para as telonas o grito das ruas ilustrado em quadrinhos, folhetins e jornais, narrado pelo rádio e pela TV, um cinema à face do consumismo. Em oposição ao cinema comercial, com formas esdrúxulas e linguagem alternativa, desenvolvia-se um anti-cinema, o modo brazuca de se fazer o "câmera na mão e uma idéia na cabeça".
Para tentar passear por esta vertente que abriu feridas que não cicatrizaram até hoje na produção nacional, o CdC traz este mês três filmes emblemáticos dos marginais. Como um dos filmes que inaugurou o movimento, O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla, inaugura o ciclo. Com a estética do lixo em sua plena forma, Os monstros de Babaloo, de Elyseu Visconti, explicita o ideario marginal. E, para encerrar o mês, um golpe contra as instituições cinematográficas, com o anti-cinema de Sem Essa, Aranha. Três gritos que ecooam até hoje.


5/9
- O B
andido da Luz Vermelha (Rogério Sganzerla) 1968
19/9
- Os monstros de Babaloo (E
lyseu Visconti) 1978
26/9
- Sem essa, aranha (Rogério Sganzerla)
1970




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